#15 um tiramisu de duzentos anos
o dia que eu comi almôndegas de cavalo e fiz amizades em roma
oiiiiiiiiii…… lembram de mim….?
antes de começar a newsletter desta semana pós-recesso não planejado, queria agradecer imensamente pelos quase dois mil inscritos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! meu deus!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! que loucura!!!!!!!!!!!!!!!!!!! sejam bem-vindos!!!!!!!!!! não reparem a bagunça!!!!!!!
eu não consigo nem colocar em palavras o quão legal é ter todas vocês lendo e acompanhando essa newsletter, mas vou tentar: a entre lugares nasceu de uma vontade minha de escrever e jogar para o mundo, mas eu estava completamente em paz com escrever para umas dez pessoas, no máximo. e continuar escrevendo, porque a ideia era ser algo egoísta e escrever para mim. por isso, eu acho a coisa mais legal do mundo que fazendo algo do jeitinho que eu queria, escrevendo sobre o que eu tinha vontade, tanta gente curtiu e veio acompanhar o que eu tenho a dizer.
obrigada por todos os comentários e compartilhamentos e curtidas e por estarem aqui, acompanhando as coisas que surgem da minha cabeça!!!!!!!!!!!! ok seguimos para o texto!!!!!!!!!!!!!!!
já era certo que eu ia passar esse final de ano com a família do murilo. eu só não sabia que, ao invés de alugar uma casa de praia e pular as sete ondinhas, a gente ia passar o ano novo com frio na itália. olha, juro. às vezes o universo age de uns jeitos que só me resta ficar #gratiluz, porque eu não sei fingir costume.
a minha primeira viagem realmente internacional (desculpa, paraguai) foi para o peru — e você pode ler sobre aqui, já que meu pai é a maior inspiração dessa newsletter — e já foi muito louco. agora, cruzar um oceano inteiro para visitar a irmã do murilo, que está fazendo mestrado na itália? loucura, loucura total.
desde que a gente marcou a viagem, eu já sabia que ela ia virar texto para a newsletter, só não fazia ideia de como. pensei em fazer um diário de viagem baseado nas fotos que eu tirei na minha câmera digital, mas não posso garantir que essas fotos ficaram legais, então fica a recomendação do instagram da mãe do murilo (que tira fotos realmente boas). também pensei em recontar a viagem inteira, mas acho que seria meio chato, além de longo. no fim, decidi contar duas histórias da viagem, das aventuras que eu e o murilo nos enfiamos nas duas vezes que saímos sozinhos por lá.
um tiramisu de duzentos anos
como o meu aniversário de namoro com o murilo é em janeiro, a gente resolveu comemorar mais cedo e sair um dia sozinhos durante viagem. a ideia inicial era conhecer treviso, que aparentemente é onde foi inventado o tiramisu, mas a gente acabou indo para pádua de novo, já que a primeira vez com todo mundo tinha sido no dia de natal e a cidade estava vazia.
depois de andar muito e se perder muito, a fome bateu e fomos almoçar no mesmo restaurante do dia anterior. pedimos um prato que vinha dois spritz e várias porçõezinhas de clássicos da casa para beliscar. além do melhor capelletti que eu comi na minha vida (o restaurante literalmente chama ca’pelletti, não sei o que eu esperava), vieram as almôndegas mais macias que eu já provei. que talvez fossem de cavalo. porque carne de cavalo é uma coisa que existe na itália. meu deus. talvez eu tenha comido carne de cavalo (e pior, gostado).
um dos planos garantidos da nossa aventura sozinhos era ir no caffè pedrocchi, um café que está em operação há duzentos anos. isso mesmo que você acabou de ler. não é o prédio que tem duzentos anos, é o café. fomos lá e pedimos meu primeiro tiramisu italiano, acompanhado de dois cafés, em um salão de duzentos anos. olha, eu admito: essas coisas que me pegam muito sobre a europa. tudo é muito velho antigo, tudo tem muita história. o brasil é independente há duzentos anos, sabe? que loucura.
nossos amigos, os romanos
no nosso segundo dia em roma, enquanto todo mundo estava cansado e devidamente abençoado (foi o dia que a gente conheceu o vaticano), eu e o murilo resolvemos descer para tomar uma (01) cerveja na rua. fomos conhecer o bar na frente do nosso airbnb, que já tinha chamado atenção antes e parecia ser bem local. acho que isso explica o fato do cara que nos atendeu ter sido meio grosso quando a gente meteu um ciao e depois começou a falar inglês, mas ele ainda assim nos vendeu uma double ipa (nem sabia que isso existia) chamada choose a fucking big television. bom, então tá.
antes de continuar a história, eu preciso que vocês saibam de uma coisa: o murilo é muito maneiro. e ele tem um sexto sentido para achar bares bons, em qualquer lugar do mundo. então, quando a gente começou a andar em busca de um segundo bar e falei olha, uma livraria aberta ainda, óbvio que ele bateu o olho e falou tem um pub aqui embaixo. e não é que tinha mesmo? entramos, pedimos uma cerveja cada um, jogamos conversa fora, apreciamos o instinto de bares legais dele, pedimos um negroni sbagliato para dividir, fizemos amizade com a moça do bar e com um dos clientes e fomos embora quando chegou um grupo de americanas que falavam muito alto.
em uma última tentativa de salvar o bar que a gente achou que ia ser legal, mas fomos atendidos pelo cara grosso, voltamos lá para uma última cerveja antes de ir para casa. falamos com outro cara, pedimos o que eles tinham, o que recomendavam e, quando falamos algo em português entre si, o cara virou e falou em português perfeito com a gente. ali eu já pensei: puta que pariu, achamos um brasileiro, mas na verdade, ele tinha morado por um mês no brasil em sei lá, 2006, e ficou jogando conversa fora com a gente. juro, português perfeito. nosso novo amigo daniel nos apresentou para o nosso novo amigo enrico, que já tinha ido para jericoacoara e conhecia o pai de uma menina que morava na nossa cidade. honestamente, o mundo é minúsculo mesmo.
olha, eu admito. eu fiquei um pouco tímida com todo mundo aqui, fiquei meio bloqueada para escrever conforme mais gente foi se inscrevendo e fiz uma pausa não planejada de três semanas. pode me prender! pode me jogar no xilindró! mas eu voltei, e é isso que importa. ter muita gente querendo ler o que eu escrevo é um ótimo problema de se ter, e qual a pior coisa que pode acontecer? eu postar um texto e todo mundo se desinscrever? meu deus, espero que isso não aconteça.
obrigada por ter lido até aqui!
três coisinhas:
⟶ o murilo (que é muito maneiro, vale lembrar) resolveu começar uma newsletter também. o primeiro texto é sobre ter vergonha de gostar tanto de praia e eu ri alto lendo. a minha opinião é extremamente parcial, mas você deveria ler também!!!!!!
⟶ estou obcecada com o show da cher, especificamente as trocas dramáticas de looks e as apresentações que ela fazia com os convidados. ela já entrevistou (e cantou junto) com tanta gente famosa que chega a ser chocante
⟶ tenho ido muito na feira comprar fruta. acho que essa talvez seja minha parte favorita do verão. em outras notícias, tenho ouvido muito flor de maracujá, do joão donato (mas comendo muito pouco maracujá). gosto da versão da gal costa também
kkkkkk não tô aguentando com a última história, que mundo pequeno! adorei as aventuras!!!!!
ps.: prometo que não vou me desinscrever! essa news tem sido minha serotonina :)
Obrigada por me lembrar da existência da palavra xilindró 🙏