eu lembro certinho quando comecei a gostar de beatles. eu devia ter uns onze anos e, mexendo nas músicas que meu pai tinha baixado no computador, achei algumas deles e comecei a ouvir. percebi que conhecia as que sempre tocavam no carro indo para a escola. e assim, surge uma pequena fã.
i. you really got a hold on me
eu comecei gostando de beatles do jeito que todo mundo começa: com as músicas mais famosas. eu tinha um moletom branco escrito the beatles, que eu achava a coisa mais legal do mundo, e fiz um trabalho enorme no sexto ano sobre rock inglês, com meu melhor amigo e atual namorado (sim, isso é muito fofo). eu tava bem naquela época de não ser como as outras garotas, então enquanto minhas amigas gostavam de one direction, eu gostava de beatles. engraçado que as duas eram boybands inglesas, né? no fim, eu só não quis ser directioner e acabei na beatlemania dos anos 60, só que uns cinquenta anos atrasada.
ii. it’s only love (and that is all)
durante a minha adolescência, fui construindo meu gosto próprio em beatles e minhas músicas favoritas eram as mais bobinhas e românticas, beeeem começo de carreira. o que eu mais gostava nessas músicas era a ideia de um amor verdadeiro, incondicional e as harmonias clássicas dos beatles, que obviamente deixavam toda música 3x mais legal. ouvi muito a hard day’s night (1964), with the beatles (1963) e mais umas músicas soltas de outros álbuns, já que todo álbum dos beatles tem pelo menos uma música melosa (obrigada, paul mccartney).

iii. don’t let me down
no fim do ensino médio, eu comecei a me aventurar mais na época mais… madura? dos beatles. comecei a ouvir os álbuns de novo, do começo ao fim, descobrir mais músicas e perceber que ainda tinha muita coisa na discografia deles que eu não apreciava o suficiente. nessa época, ouvi muito o abbey road (1969) e o let it be (1970). nessa época eu começo a realmente me considerar fã de beatles, já que comecei a ouvir coisas diferentes por conta própria e não me prendo mais a uma fase deles por vez. meu gosto amadureceu, junto comigo.
iv. ram on (give your heart to somebody)
agora que sou… adulta? meu deus. enfim. tenho gostado muito de explorar a carreira solo de cada um dos membros da banda. a minha favorita até agora foi a do paul mccartney, que entre silly love songs, arrow through me e o álbum ram me encantou do mesmo jeito que os beatles encantaram quando eu era pequena. gosto de alguma coisa solo do john lennon, tipo plastic ono band e a música mind games, mas pouca coisa me apetece. o ringo é completamente peace and love das ideias e o george teve uma fase de clipes… estranha, para dizer o mínimo. recomendo o clipe de blow away e de crackerbox palace para você entender o que eu to falando.

v. (and in) the end (…)
eu gosto muito que os beatles me acompanharam praticamente desde que eu nasci, primeiro ouvindo com meu pai e depois descobrindo por conta própria; gosto que conforme meu gosto musical foi se refinando e se expandindo, eu achei mais coisas para gostar na discografia deles. e gosto mais ainda que sinto que ainda não esgotei os beatles: sempre tem mais alguma coisa para ouvir, outra música para descobrir. e que mesmo tendo acompanhado a vida inteira de longe, essa banda britânica (que acabou nos anos 70, vale lembrar) ainda conseguiu me surpreender com o lançamento de now and then no ano passado.
no sábado passado, eu vivi algo que nunca achei que fosse viver: ouvir o paul mccartney gritando e aí, manezinhos? no estádio do avaí, em florianópolis. o último show do got back tour foi na ilha da magia, e eu estava lá!!!! na plateia!!! vendo um ex-beatle de 82 anos fazer um show de 2h30min sem nem parar para beber água!!!!! não tenho nem como descrever o que foi esse momento para mim, só sei que foi inesquecível e, ao mesmo tempo, eu já esqueci metade. eu fiquei emocionada, ok?
eu nunca fui em shows muito grandes, e nem de artistas que eu realmente curtia tanto assim. nunca tinha sido uma prioridade para mim, principalmente considerando que eu tenho o péssimo hábito de gostar de bandas que já acabaram. se você tivesse me dito em qualquer momento antes de 2023 (quando o paul mccartney trouxe a turnê dele para o brasil e eu não consegui ir no show em curitiba) que eu teria uma oportunidade de ouvir can’t buy me love ao vivo, eu teria dito que era loucura. desde que eu comprei o ingresso, pouco depois do meu aniversário em junho desse ano, eu não conseguia acreditar que realmente ia acontecer. eu entrei no estádio, no dia do show, e ainda estava incrédula. e então, sir paul mccartney subiu ao palco. e com um setlist impecável, uma banda incrível e uma noite inesquecível, eu realizei um sonho que nem sabia que podia ter.

notas & recomendações da semana:
obrigada por ter lido até aqui! espero que tenha gostado dessa jornada pela minha história com os beatles e da minha emoção com o show. eu nunca fui de me emocionar muito com celebridades, mas realmente foi inacreditável ver o paul mccartney ao vivo. ao invés das recomendações da semana, decidi fazer uma lista dos melhores momentos do show (na minha humilde opinião), que também servem de recomendação de músicas para ouvir se você nunca gostou muito de beatles:
⟶ now and then: chorei literalmente do começo ao fim. simplesmente não tem como não se emocionar com essa música, é lindo demais. a mistura da voz do john lennon jovem com o paul mccartney velho me faz chorar toda vez.
⟶ live and let die: é daqui que vem o meme paul mccartney explodes and fucking dies. é a parte mais pirotécnica do show, com explosões, fogos de artifício, labaredas tão enormes que dá pra sentir o calor na plateia. achei um perigo colocar um senhor de idade perto de tanta fumaça assim, mas meu deus foi muito foda ao vivo. a música ficou 3x mais legal!!!
⟶ helter skelter: eu já amo essa música normalmente, mas ver ela ao vivo foi uma experiência maluca. já era o fim do show, e depois de uma sequência de músicas mais tranquilas a plateia simplesmente ficou maluca com a intensidade dela. acho que foi a minha parte favorita do show.
⟶ golden slumbers / carry that weight / the end: eu acabei de mentir, essa SIM foi minha parte favorita do show!!!! golden slumbers e the end são duas das minhas músicas favoritas e eu amo amo amo essa sequência final do abbey road que cada música vai se misturando na outra. que combinação perfeita para fechar o álbum e o show, sério.
e o show foi demais!!!
Marina, e se eu te disser que tem uma news sobre the beatles meio começada no meu notion? 👀
eu amei essa news!!! eu também ouço the beatles desde sempre por causa do meu pai, e até hoje eu simplesmente amo esses carinhas britânicos. queria muito ter ido no show do paul, mas meu pai preferiu ir no do roger waters, e eu deixei ele escolher porque queria que ele se divertisse.
mas honestamente, eu tenho histórias pessoais com beatles. eu não sei explicar, eles fazem parte intrínseca da minha história. é absurdo o fato que eles terminaram décadas antes de eu nascer, mas assim é a vida, e assim é a arte.
e achei engraçado que tem músicas aqui que você recomendou que eu não reconheço pelo nome. acho que temos gosto em beatles de formas diferentes, já amei kkkkkkk