antes de começar o texto, eu queria agradecer (de novo) pelos +100!!!! inscritos!!!! esse número é completamente maluco para mim e eu sou eternamente grata que mais de 100 pessoas gostaram o suficiente do que eu escrevo a ponto de se inscreverem. obrigada por cada comentário, cada curtida e cada leitura atenta; eu estava em paz com escrever só para mim, mas é bem mais divertido saber que tem alguém do outro lado lendo :)
ah, e para quem perguntou: a banca do tcc foi ótima! estou aprovadíssima, com média 9.5!!!!!

há duas semanas, eu tive a pior abertura de exposição da minha vida. mas também tive o melhor rolê pós abertura de exposição da minha vida. e, no dia seguinte, tive a melhor (e única) (até agora) visita de ateliê da minha vida. se você já leu algumas edições dessa newsletter, sabe que eu sou dramática assim mesmo.
no caso, a exposição era dos trabalhos práticos do tcc em artes. ou seja, lá estava eu expondo meus singelos cadernos de desenho do lado de pinturas de cinco metros e vinte trabalhos diferentes da mesma pessoa. o clima já estava terrível (metaforicamente), mas ficou pior (literalmente) quando, bem na hora da abertura, começou a cair uma tempestade que fez até o teto do shopping estação cair. e queimou o projetor que era metade do meu trabalho. bom, paciência, seguimos em frente. o importante é as pessoas mexerem nos cadernos, a obra é interativa. público máximo da exposição: cinco pessoas. ah, vai tomar no cu então.
a coisa começou a melhorar quando meus amigos vieram ao meu resgate, viram a exposição, concordaram que a experiência foi terrível e me levaram para beber em um bar perto da faculdade. e ainda convenceram meu orientador e minha banca a irem junto. foi ali que a noite foi salva: rindo com meus amigos e professores, com um chopp gelado na mão. rindo da desgraça que foi essa noite e agradecendo imensamente que tenho pessoas que amo ao meu lado. é meio meloso, mas esses momentos me fazem ter certeza que a vida só faz sentido por causa das pessoas que você conhece ao longo do caminho.
no dia seguinte, fui conhecer o ateliê do meu orientador, o ilustríssimo e queridíssimo emanuel monteiro em uma visita guiada pelo arte c. depois de duas horas conversando sobre arte e vendo trabalhos diferentes, senti que tinha conhecido outra faceta dele (o emanuel secreto, segundo a luísa lopes, que também foi aluna dele). e comecei a organizar algumas coisas na minha cabeça, em relação à arte.
tenho pensado muito sobre os desdobramentos pós tcc. acho que muitos cursos o tcc é simplesmente algo que você entrega para se formar, a menos que pense em fazer um mestrado na mesma área. mas, em artes, a pesquisa costuma ser muito entrelaçada com a vida. meu tcc é literalmente sobre meu cotidiano e, depois de um ano produzindo, eu me sinto um pouco órfã agora que ele acabou.
eu gostei muito de produzir meu tcc (tanto que virou assunto aqui), mas não me vejo produzindo outros trabalhos assim em um futuro (bem) próximo. não gosto de finalizar trabalhos e nem da experiência de expor eles publicamente. não me vejo fazendo mestrado com esse tema e nem usando essa pesquisa para o meu trabalho como designer. sim, um pouco disso tudo talvez seja exagero, mas uma parte é genuína. só que, depois de conhecer o ateliê do emanuel, percebi que posso continuar trabalhando dentro do formato livro. ele mostrou para a gente vários livros de artista dele que tinham muitas experimentações diferentes dentro deles e vários volumes. talvez eu possa… produzir algo parecido? dentro da minha poética visual? não sei, mas fiquei intrigada de pensar que não preciso me forçar a sair do caderno e ir para a parede: talvez meu trabalho possa funcionar dentro de livros e cadernos.
fiquei pensando também sobre produzir arte: eu não sinto a necessidade de produzir trabalhos de arte grandes, finalizados. mas eu sinto a necessidade de desenhar; eu gosto de desenhar. gosto de tirar dez ou quinze minutos para preencher algumas páginas. gosto de revisitar o que eu fiz e observar a ordem cronológica dos desenhos. talvez a arte esteja mais entrelaçada ainda com a minha rotina do que eu imaginava. talvez eu possa continuar produzindo arte, mesmo que não trabalhe diretamente com isso. talvez, só talvez, não seja tudo ou nada, e eu possa continuar vivendo entre lugares mais um tempo.
não tenho nenhuma grande conclusão para tirar desse texto mais curtinho. esse final de ano eu tenho estado muito reflexiva, e acho que é normal: além de terminar uma grande parte da minha graduação, eu ainda estou entregando meu primeiro apartamento sozinha para ano que vem, possivelmente, ficar entre lugares em tempo integral ou alugar um apartamento melhor. obrigada por ter lido!
notas & recomendações da semana:
⟶ o tiny desk concert da doechii é muito bom!!! eu já conhecia algumas músicas dela, mas ouvi o feat dela com o tyler e, depois de ver o tiny desk, estou obcecada com o resto da discografia dela. gosto especialmente de denial is a river e nissan altima
⟶ também tenho ouvido muito o álbum novo da suki waterhouse, que é surpreendentemente bom? gosto muito de blackout drunk, my fun e model, actress, whatever
⟶ para fechar as recomendações musicais, o single novo da marina sena prova que por mais que ela se esforce muito para ser subcelebridade, ela sabe fazer música boa sim! já to curiosa para ouvir o álbum novo
Estou amando seguir acompanhar os seus textos, Má!
Gostaria de ter estado com esse grupo que te levou para o bar depois da exposição! Deve ter sido maravilhoso. Talvez eles tenham sido o real público e, assim como nos cadernos, esse processo sempre inacabado de lidar com a vida (a "competição" com obras de outros artistas, a tempestade, o projetor quebrado, o pequeno público...) foi a real obra exposta?
Meus parabéns pelo notão no tcc!!!